Hoje, as empresas estão cada vez mais envolvidas com as questões ambientais e sociais do meio onde estão inseridas. Esta responsabilidade abrange desde a concepção do projeto do material até o descarte de seus resíduos. E é aí que entra a logística reversa, porque o produto passa a ser uma responsabilidade permanente, ou pelo menos prolongada de cada empresa. Inclusive, as normas ISO 9000 e ISO 14000 já convidam os fabricantes a se adequarem ou redesenharem seus produtos e processos para que não agridam o meio ambiente e nem tragam prejuízos à sociedade. A logística reversa ajuda muito a minimizar o descarte de produtos e materiais em fim de vida, que poluem o meio ambiente e levam milhares de anos para se decompor. Essa redução pode ser alcançada mediante a reutilização e/ou canibalização de produtos devolvidos ou doados pós-venda para aplicar em produtos de segunda linha.
O que é a logística reversa?
Afinal, do que estamos falando? Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, a logística reversa é “um conjunto de ações ou procedimentos destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada". É um processo cíclico, que viabiliza a coleta e restituição dos resíduos sólidos, de modo a usar de maneira completa os recursos, da coleta ao reaproveitamento. Com a adoção da logística reversa, é possível reduzir custos, com menos extração e melhor aproveitamento da matéria-prima e menos agressão ao meio ambiente. No entanto, ainda há pouca expressão da adoção dessa política nas indústrias de poliuretano no Brasil, devido aos custos elevados.
Soluções para as fábricas de colchões
Segundo o Anuário de Colchões 2018, no Brasil, o descarte de colchões na maior parte das vezes é feito nas ruas ou nos rios. Infelizmente ainda são poucos os adeptos do descarte consciente. Com a adoção da logística reversa, as empresas podem agregar valor econômico, social e ecológico aos seus negócios. E para que ela seja colocada em prática, o setor colchoeiro precisa funcionar como uma economia circular, que facilita a coleta e dá suporte à recuperação e reciclagem de materiais.
O que fazer com os colchões velhos?
Muito insumos presentes na estrutura de um colchão podem ser reciclados no final de sua vida útil. Veja aqui alguns exemplos:
Tecidos e fibras: uma série de fibras de origem vegetal e animal – incluindo algodão e lã – é utilizada em uma variedade de produtos reciclados.
Espuma: A espuma do colchão pode ser reutilizada ao ser triturada e transformada em bases de carpete, por exemplo.
Molas: uma vez que o colchão é descartado, o fio de aço pode ser reciclado, já que esse material é continuamente reciclável, sem perda de desempenho. Na Holanda, já funciona uma logística reversa, que obriga lojas a receberem os colchões usados de quem compra novos e quer se desfazer dos antigos. As lojas encaminham os colchões velhos para recicladoras, onde é feita a separação dos diversos materiais para revenda, como citado acima. Uma dessas recicladoras, a Retour Matras, especializou-se na reciclagem de espumas. Após várias tentativas e um bom período de testes, o fundador e diretor da recicladora, Nanne Fioole, agora tem um novo produto: placas de espuma prensada para servir de forro no assentamento de carpetes ou para o isolamento térmico na construção de casas e edifícios. Ele não fabrica as placas, mas envia toda a espuma já separada para os fabricantes. Isso abre uma perspectiva real de incluir a reciclagem de colchões na cadeia da Economia Circular. Veja só como funciona:
Até então, cerca de 300 mil colchões usados eram recolhidos a cada ano, sem garantia da volta dos materiais reciclados ao mercado. Desde o final de 2015 existe uma alternativa com boa demanda e custo compatível de reciclagem para as espumas. E essa opção também significa reduzir as emissões de carbono resultantes da incineração de espumas (derivadas de petróleo).
Outras oportunidades Se a sua empresa quer saber mais sobre sustentabilidade, também pode conferir 5 alternativas sustentáveis para o poliuretano e algumas ações para proteção da camada de ozônio no Brasil que já falamos aqui no blog. Aqui na Flexível, as ações de política ambiental são integradas em todo o processo de gestão, respeitando o meio ambiente e a sociedade.